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O que vem depois da proibição de celulares na escola?

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Autor Daniela Machado Coordenadora EducaMídia Sobre o autor

Ações que gerem uso mais consciente das tecnologias ao longo da vida não podem ficar em segundo plano

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A lei que proíbe o uso de celulares e outros dispositivos eletrônicos com acesso à internet nas escolas de São Paulo, sancionada há poucos dias pelo governador Tarcísio de Freitas, alenta muitas famílias mas também deixa uma dúvida: quais são os próximos passos?

A regra valerá a partir do ano letivo de 2025, para crianças e adolescentes de todas as etapas da educação básica, que vai do 1.º ano do Fundamental até o Ensino Médio. Na prática, significa que dos 6 aos 17 anos de idade (sem considerar eventuais reprovações) e nos horários de escola, esse público será blindado dos malefícios do uso excessivo das telas e de situações perniciosas em redes sociais.

Um ponto que merece atenção da sociedade, no entanto, é se tal medida é suficiente para prepará-los para os outros muitos momentos da vida em que a internet estará presente. Pouco (ou quase nada) tem sido discutido por famílias, responsáveis e governos sobre como ir além da proteção e da tutela, de modo a fortalecer e capacitar os jovens para um uso mais seguro, equilibrado, responsável e crítico das telas — durante toda a vida. 

É esse o papel da educação midiática. Gerar conhecimento sobre as dinâmicas com que operam boa parte das plataformas digitais em que circulamos, incluindo a ação de algoritmos de personalização que nos apresentam apenas um recorte do mundo e podem, em última instância, reforçar a intolerância e a polarização. Provocar reflexões sobre os conteúdos que consumimos, produzimos e compartilhamos, promovendo uma relação mais responsável com o ambiente informacional e um compromisso coletivo com a integridade da informação. Fomentar o debate qualificado e inclusivo sobre regulação, as fronteiras da liberdade de expressão (que não serve de escudo para a prática de discurso de ódio e outros crimes) e os impactos da inteligência artificial. 

Não há mágica que faça com que, a partir dos 16 ou 18 anos, os adolescentes estejam automaticamente cientes de todas essas questões e livres dos riscos dos ambientes digitais. É por isso que a sociedade não pode criar a ilusão de que, com o banimento das telas do ambiente escolar ou com a proibição de entrada nas redes sociais, está tudo resolvido. 

Há quem justifique o foco quase exclusivo na proibição dizendo que era necessário “apagar um incêndio”. É bom não esquecermos do rescaldo e, principalmente, das intervenções mais estruturais capazes de impedir uma nova chama.

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Daniela Machado

Coordenadora EducaMídia

Coordenadora do EducaMídia, programa de educação midiática do Instituto Palavra Aberta que tem como focos a formação de professores e a produção de conteúdos sobre o tema.

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