Objetivos

A diferenciação entre fato, opinião e mentira pode ser feita a partir de dinâmicas lúdicas. Talvez não seja possível explorar, objetivamente, esses conceitos, mas os princípios sobre o que é uma informação confiável e uma versão distorcida de um fato, bem como as atitudes necessárias para diferenciá-las, podem ser trabalhados com crianças.

A partir de um projeto desenvolvido pela Profª Valdilene Nascimento e seus colegas do Centro de Educação Infantil (CEI) Elizabeth Souza Lobo Garcia, de São Paulo, concebemos este plano de aula, com o objetivo de levar as crianças a comparar versões de uma mesma história, refletindo sobre a diferença entre um fato e sua versão mentirosa.

Nesse processo, a encenação da história poderá ser considerada como um fato, uma vez que foi vista pelas crianças. Já a versão da personagem, em conversa posterior à encenação com as crianças, deverá conter alterações e distorções da primeira versão, a serem destacadas pela(o) docente que mediar a conversa entre personagem e crianças. A intenção é fazer com que a turma perceba que as pessoas, por meio do discurso, podem mentir sobre situações concretas. 

Para esta atividade, a história escolhida pela Profª Valdilene e seus colegas foi “O grande rabanete”, de Tatiana Belinky. No entanto, qualquer fábula pode ser adaptada para esta intenção.

Roteiro de aula

Ativação

Promova a contação de história “O grande rabanete” ou da fábula da sua preferência. Isso pode ser feito num momento dedicado à leitura de histórias para as crianças. Num momento posterior, a história pode ser encenada pela equipe docente às crianças, em sua totalidade ou um trecho dela.

Desenvolvimento

De preferência no mesmo dia da encenação, um personagem da história deve conversar com as crianças para dar a sua versão dos acontecimentos. Para isso, reúna as crianças em semicírculo, diante da personagem a ser entrevistada. No caso da encenação de “O grande rabanete”, na CEI Elizabeth Souza Lobo Garcia, a personagem escolhida para dar a versão dos acontecimentos foi a vovó.

Nesse processo, as crianças devem fazer perguntas à personagem, cujas respostas, em algumas situações, devem conter mentiras ou distorções dos fatos apresentados em momento anterior, às crianças.

A(o) docente que mediar a conversa deve estimular as crianças a confrontar o que viram durante a encenação com o relato da personagem, quanto esta encerrar sua resposta. Dessa forma, pode realizar as seguintes perguntas às crianças a cada término de fala da personagem:

— O que ela está falando realmente aconteceu? 

— Vocês viram quando isso aconteceu? Como foi?

— Será que isso é mesmo verdade? Quem se lembra de como isso aconteceu?

Fechamento

Após a finalização da conversa coletiva com a personagem, a(o) docente pode conversar com as crianças sobre o que viram durante a encenação e ouviram da personagem, a fim de sintetizar impressões. Dessa forma, pode fazer as seguintes perguntas às crianças, com a intenção de fazê-las retomar pontos que foram ditos pela personagem:

— Ela contou alguma coisa diferente do que vimos na história? O quê?

— O que aconteceu realmente?

— Por que a vovó pode ter contado a história de uma forma diferente da que assistimos?

Depois desse momento, as crianças devem ser convidadas a produzir uma tirinha em dois quadrinhos: no primeiro retratando uma situação da versão original da história e, no segundo, a versão mentirosa ou distorcida da personagem. Essa atividade pode ser feita em duplas ou em pequenos grupos, de até 4 crianças.

Por fim, as crianças devem apresentar umas às outras suas produções.

Crédito da imagem da capa: Monkey Business Images / Canva Pro

Materiais da aula