Ainda são inúmeros os casos de racismo dentro e fora das redes, infelizmente. Mas a repercussão que esses crimes tem tido tem movimentado essas plataformas e gerado discussões fundamentais. Foi pensando nisso que o EducaMídia trouxe para o âmbito da educação midiática o tema da representação e do preconceito.

Para falar sobre essas questões, as coordenadoras do programa, Mariana Ochs e Daniela Machado, conduziram a live semanal do EducaMídia trazendo exemplos e dicas para educadores tratarem desses temas em sala de aula.  A live foi ao ar na última quinta-feira, dia 08/04, no Facebook e  Youtube.

Preconceito
Mariana Ochs enfatizou que o racismo e o preconceito são construções sociais. Sendo assim, com muita frequência eles se propagam por meio de mensagens e discursos nas mídias, como no caso das construções estereotipadas em anúncios, jogos, reportagens e em posts.

“A falta de diversidade de pessoas e de pontos de vista contribui para a perpetuação de atitudes preconceituosas e, infelizmente, do racismo, da xenofobia e da exclusão de determinados grupos na sociedade”, afirmou ela.

Segundo Mariana, o combate a tudo isso passa indiscutivelmente pela educação midiática, por meio da produção de conteúdo e novas narrativas e de estratégias de leitura reflexiva.

Já Daniela Machado lembrou que é preciso um olhar amplo sobre tudo o que consumimos. “Identificar estereótipos passa por observar inclusive as embalagens dos produtos que compramos e usamos, por exemplo”, lembrou.

Representação
Mariana Ochs ressaltou a diversidade da sociedade brasileira, afirmando que as pessoas precisam ser representadas nas mídias que consomem.

“As pessoas precisam prestar a atenção em quais são os atores sociais que são retratados em posições de poder e de sucesso profissional nas historias contadas em filmes e novelas. Existe uma expressiva ausência de mulheres negras em posições de prestígio o que, a rigor, demonstra preconceito racial”, complementou.

Ela acrescentou ainda que só haverá diversidade nas produções midiáticas quando os grupos que criam tais conteúdos também forem diversos, o que inclui processos de contratações de funcionários em editoras de conteúdo e agências de publicidade que olhem para essa questão urgente.

“Existem estudos que mostram que meninas com idade entre 5 e 6 anos não costumam se ver em situações de prestígio e poder, o que acaba moldando seus sonhos e projetos conforme crescem”, concluiu.

Representatividade importa, e muito.

Recursos
Acesse os recursos do EducaMídia citados na live:

Artigo sobre sinofobia.

Guia da Educação Midiática gratuitamente.

Para assistir ao vídeo da live com Mariana Ochs e Daniela Machado na íntegra, clique aqui.