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Educação midiática precisa ser prioridade na agenda legislativa

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Autor Patricia Blanco Presidente do Instituto Palavra Aberta Sobre o autor

Projeto aprovado na Alesp é exemplo de como parlamentares podem se envolver com tema

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É fato que a educação midiática vem ganhando espaço no debate público nos últimos anos, tornando-se, aos olhos de diversos extratos da nossa sociedade, um caminho possível para mitigar os efeitos da desinformação e, consequentemente, fortalecer as instituições democráticas. Algumas iniciativas têm aberto espaços consistentes para o seu avanço, como a inclusão do tema na Base Nacional Comum Curricular e a aprovação da Política Nacional de Educação Digital em 2023. Sem contar a criação do Departamento de Direitos na Rede e Educação Midiática, no âmbito da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, que tem o objetivo de articular ações interministeriais que tornem a educação midiática uma prática consolidada no Brasil.

No âmbito legislativo, algumas iniciativas começam a surgir. Um exemplo positivo  vem da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), com a recente aprovação de um projeto de lei que cria a Semana Estadual de Educação Midiática (PL 45/22), em consonância com a Global Media and Information Literacy Week (Semana Global de Alfabetização Midiática e Informacional), promovida anualmente pela UNESCO. 

De acordo com o texto, de autoria do deputado estadual Caio França (PSB), as escolas paulistas de ensino fundamental II e ensino médio poderão desenvolver atividades e incentivar debates e ações durante a última semana de outubro — mesmo período da semana global, com o objetivo de desenvolver em crianças e jovens habilidades necessárias para a leitura crítica de informações, a criação responsável de conteúdos e a reflexão sobre uma postura cidadã em todos os ambientes digitais dos quais participam. 

Ainda que a proposta não crie exatamente uma política pública educacional sobre o tema, ela insere a temática nas redes de ensino de forma perene, envolvendo também as comunidades e territórios escolares na promoção de eventos que reforcem a importância de educarmos midiaticamente não apenas a população em idade escolar, mas as demais faixas etárias.

É fundamental que a classe política, nos níveis municipal, estadual e federal, compreenda a relevância da educação midiática no contexto de hiperinformação em que vivemos. Como candidatos ou eleitos, vereadores e deputados devem levar esse debate, como feito pela Alesp, para dentro das casas legislativas por meio de audiências públicas e proposições que atualizem a nossa legislação educacional, para que esta esteja de acordo com os complexos desafios do século XXI.

Neste ano eleitoral, é preciso observar de forma crítica as posturas e as propostas das candidaturas também no que tange a questões que definem como nos relacionamos com as informações, influenciamos e somos influenciados. Desenvolver as habilidades de pesquisar, avaliar e selecionar mensagens confiáveis é um direito de todos, sem o qual não seremos capazes de tomar decisões bem informadas e participar ativamente da sociedade.

Que o Governador Tarcísio de Freitas sancione esta importante lei e que a instituição da Semana Estadual de Educação Midiática de São Paulo sirva de inspiração para que mais estados possam levar adiante esse exemplo. 

Foto de Patricia Blanco

Patricia Blanco

Presidente do Instituto Palavra Aberta

Patricia Blanco é presidente do Instituto Palavra Aberta, entidade que lidera o EducaMídia, programa de educação midiática com foco na formação de professores e produção de conteúdo sobre o tema.

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