Imagem de carregamento
— Colunas e Artigos

Educação midiática para a construção de um ambiente escolar seguro

Foto de Elisa Thobias
Autor Elisa Thobias Assistente de comunicação Sobre o autor

Onda de violência nas escolas impulsiona desinformação e medo

Imagem de destaque do post

📸: freepik

Recentemente, uma mesma foto, com armas e facas em cima de uma cama acompanhada de ameaças a escolas circulou entre grupos de WhatsApp de pais, estudantes e professores de diferentes cidades do Brasil. Apesar de tudo indicar que se tratava de um alarme falso, a imagem preocupou e alterou o dia a dia de muitas famílias. 

Caso semelhante ocorreu na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Em um mesmo dia, a maioria dos estudantes da instituição não compareceu às aulas em razão de boatos nas redes que afirmavam que o local seria alvo de ataques criminosos. Mesmo sem a confirmação de que as ameaças eram verdadeiras, a universidade reforçou a segurança em suas portarias.

Ao mesmo tempo em que isso tudo ocorre, grupos extremistas agem nas plataformas digitais, explorando a vulnerabilidade dos adolescentes com postagens que buscam convencer o jovem de que ele é vítima das injustiças da sociedade. Essas organizações incentivam, por exemplo, aqueles que são vítimas de bullying a direcionarem sua raiva contra professores e colegas. A raiva é, portanto, utilizada como combustível para impulsionar atos violentos.

Diante desse complexo contexto, temos as famílias, que não se sentem confiantes em deixar seus filhos e filhas nas escolas. Muitas ainda buscam respostas sobre a questão da segurança, apesar da frequência de mensagens e boatos na internet ter diminuído nas últimas semanas. A calmaria pode ser resultado dos protocolos de ações dos governos estaduais que incluem, por exemplo, ampliação do policiamento escolar, telefones para denúncia e medidas como o “botão do pânico”.

Embora os episódios de violência extrema exijam iniciativas imediatas como as citadas, não podemos perder a oportunidade de discutir nossa responsabilidade diante do compartilhamento desse tipo de conteúdo. Na ânsia de alertar familiares e amigos, muitos acabam distribuindo informações imprecisas e descontextualizadas. Mesmo no ambiente virtual, o medo interfere nas relações. 

A habilidade de analisar criticamente o que chega em nossas mãos, competência desenvolvida pela educação midiática, é essencial para combater os boatos sobre ataques nas escolas. Ao receber uma mensagem via aplicativo, o ideal é verificar a fonte da informação. É de um jornal da região? Ou de um blog de opinião? Foi enviada por algum amigo ou conhecido? A checagem de informações em locais seguros ajuda a determinar a credibilidade de uma informação. 

Da mesma forma, uma inofensiva curtida contribui para a ampliação desse tipo de conteúdo violento, que gera medo e pânico na comunidade escolar. Os algoritmos, uma série de variáveis que mostram ao usuário exatamente aquilo que interessa a ele, amplificam tudo aquilo que conta com likes e visualizações. 

Caso encontre esse tipo de material na internet, o ideal é denunciar aos órgãos competentes. Em resposta aos ataques ocorridos no sudeste e sul do País, o Governo Federal criou o canal “Escola Segura”, onde qualquer cidadão pode registrar denúncias anônimas. A plataforma foi desenvolvida em parceria com a SaferNet, associação que defende os direitos humanos na internet. 

Além disso, é importante lembrar que independente de onde você encontre o conteúdo, as plataformas possuem seus próprios métodos para identificar e remover informações que consideram suspeitas ou falsas. Localize quais são os caminhos para permanecer seguro nas mídias de sua preferência e saiba como denunciar.

Diante desse contexto desafiador, é fundamental a união de famílias, instituições de ensino, estudantes e sociedade civil a favor da responsabilidade digital. Somente dessa forma poderemos enfrentar o medo e a desinformação dentro e fora das escolas, garantindo um ambiente saudável de ensino e aprendizagem. Uma cultura digital responsável contribuirá para a proteção da vida de crianças, jovens, educadores e educadoras.

 

Foto de Elisa Thobias

Elisa Thobias

Assistente de comunicação

Educomunicadora, é assistente de comunicação.

Voltar ao topo
FAÇA
PAR—
TE

Venha para nossa rede de educação midiática!
Fique por dentro das novidades

Receba gratuitamente nossa newsletter

Siga nossas redes sociais

Que tal usar nossa hashtag?

#educamidia

Utilizamos cookies essenciais para proporcionar uma melhor experiência. Ao continuar navegando, você concorda com a nossa Política de privacidade.

Política de privacidade