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Como dosar a relação entre crianças e internet?

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Autor Daniela Machado Coordenadora EducaMídia Sobre o autor

Proteção sem empoderamento inibe a participação saudável e fortalecedora de crianças e jovens na sociedade conectada

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📸: freepik

Como quase todas as ferramentas existentes, a internet pode ser usada para o bem ou para o mal. Desinformação, discurso de ódio, cyberbullying e assédio são alguns dos vários perigos a que crianças podem estar expostas no mundo digital. Mas há também oportunidades que merecem nossa reflexão, como a possibilidade de descobrir coisas novas, desenvolver a criatividade, criar conteúdos, engajar-se com questões reais e participar efetivamente da construção de uma sociedade melhor. 

É claro que os riscos não devem ser menosprezados — e, para isso, podemos contar com diversos projetos que nos ajudam a entender e evitar as principais armadilhas da internet. Mas preparar-se para minimizar os riscos não significa negar a o universo digital. “As preocupações são válidas. Mas há o outro lado da moeda, o que as crianças estão fazendo (na internet) que pode ser bonito, empoderador? Você quer ter uma criança apenas protegida ou empoderada?”, questiona Jessica Taylor Piotrowski, pesquisadora e professora na Amsterdam School of Communication Research (ASCoR) da Universidade de Amsterdã.

Ela participou esta semana do evento pelo Dia Mundial da Internet Segura, organizado pela Safernet Brasil e pelo Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br). Celebrada em 7 de fevereiro, a data é um importante catalisador do debate sobre o uso mais seguro, consciente e responsável da rede mundial de computadores.

“Empoderar” crianças e jovens na internet significa ir além dos (necessários) mecanismos de proteção. Significa garantir que todos tenham a chance de desenvolver um conjunto riquíssimo de habilidades para consumir as informações hoje disponíveis em abundância de forma reflexiva, exercer a autoexpressão com responsabilidade e, assim, participar ativamente da sociedade conectada. Para isso acontecer, é necessário o envolvimento de diversos atores: famílias, escolas, formuladores de políticas públicas, desenvolvedores e empresas de internet, entre outros. Cada uma dessas instâncias pode contribuir para minimizar os riscos e maximizar as oportunidades no ambiente digital

Este é um direito, reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU). Há cerca de dois anos, o Comitê sobre Direitos das Crianças da entidade divulgou uma série de recomendações sobre o tema, incluindo a de que os países adotem medidas e leis para proteger as crianças de conteúdos nocivos, violentos e enganadores. Mas também chamou atenção para a necessidade de combater o abismo digital, que separa jovens com e sem acesso à internet. 

“O acesso significativo às tecnologias digitais pode empoderar crianças e apoiá-las na realização plena de seus direitos civil, político, cultural, econômico e social”, destacou Luis Pedernera, presidente do comitê, na época do lançamento. “Se tais tecnologias estiverem disponíveis apenas para algumas crianças e não para outras, isso provocará mais desigualdade e afetará suas oportunidades de futuro.”

Encarar a educação digital e midiática como um direito de todos, principalmente dos mais novos, é o primeiro passo em direção a uma internet mais justa, equilibrada e segura. 

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Daniela Machado

Coordenadora EducaMídia

Coordenadora do EducaMídia, programa de educação midiática do Instituto Palavra Aberta que tem como focos a formação de professores e a produção de conteúdos sobre o tema.

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