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Celulares turbinados de informação entram na mira de criminosos

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Autor Mariana Mandelli Coordenadora de comunicação Sobre o autor

Dados e senhas armazenados em smartphones podem ser mais cobiçados por ladrões do que os aparelhos em si

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📸 jannoon028 | Freepik

Se você não conhece ninguém que tenha sido vítima de um golpe digital por meio de smartphone recentemente, é porque a vítima foi ou será você. A sensação de que vivemos uma epidemia de roubos de celulares e fraudes digitais se tornou comum em capitais como São Paulo e Rio de Janeiro, onde o alvo de quadrilhas especializadas não é somente a qualidade do aparelho em si, mas o que ele contém: dados e senhas. Ou seja: acesso total à nossa vida pessoal e, claro, financeira.

Os casos são bastante expressivos, especialmente durante a pandemia de Covid-19, quando as relações sociais foram majoritariamente transferidas para o ambiente online. De acordo com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), entre o segundo semestre de 2020 e o primeiro de 2021, houve um crescimento de 165% nos golpes de engenharia social, aqueles que utilizam manipulação psicológica para a obtenção de dados confidenciais, como senhas de cartão de crédito. 

As modalidades de fraude são inúmeras e não param de crescer, mas são ainda mais graves quando envolvem o roubo dos aparelhos. Isso porque o prejuízo material apenas começa na perda do telefone.  Se antes saíamos de casa levando carteira, relógio e documentos, hoje é possível reunir tudo isso toda a nossa vida prática num só dispositivo móvel. O que vem depois do furto pode se transformar num martírio para a vítima.

Foi o que aconteceu com Bruno de Paula, de 36 anos, cuja história viralizou no Twitter nas últimas semanas. Ao ter seu smartphone roubado quando estava dentro de um táxi, ele teve de enfrentar uma limpa nas suas contas bancárias que resultou na perda de mais de R$ 100 mil reais, mesmo tendo tomado providências básicas, como entrar em contato com as instituições financeiras e a operadora de celular das quais utilizava os serviços. Os criminosos vasculharam por completo seu celular, conseguindo inclusive usar um cartão de crédito antigo cadastrado no iFood que Bruno esqueceu de cancelar, tamanho o nervosismo que toda a situação lhe causou. Também acessaram seu WhatsApp e tentaram contato com sua namorada.Após a ampla repercussão do caso, os bancos afirmaram que irão ressarcir Bruno. 

Esse caso é bastante emblemático porque demonstra a proporção que a subtração de um celular pode causar na nossa vida. O desfecho foi satisfatório, mas além de todo o estresse causado, é sabido que há milhares de pessoas em situação parecida que provavelmente não terão a atenção necessária das empresas das quais são clientes. No ano passado, a Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) de São Paulo chegou a se reunir com algumas empresas, como operadoras de celular, fabricantes de smartphones e bancos para debater possíveis caminhos para mitigar os efeitos desses crimes na vida dos usuários e clientes.  

Enquanto não vemos mudanças substanciais que realmente protejam os consumidores, não há outra saída a não ser agir por conta própria. A digitalização das relações sociais e a realidade brasileira, somadas, nos obrigam a buscar procedimentos de segurança digital, já que ter mais de um telefone e sair de casa com o “celular do ladrão”, termo difundido nas redes sociais para definir aparelhos antigos, que não causariam tanto prejuízo caso sejam furtados, não é possível para todos e todas.

É necessária, portanto, uma dose de educação digital, para sabermos usar de forma mais segura e responsável os dispositivos ao nosso alcance. Assim, reforçar constantemente a segurança de aplicativos bancários com tokens, senhas e verificação de duas etapas, além de mantê-los atualizados, é o mínimo. Especificamente no caso de senhas, é preciso que elas sejam fortes e aleatórias não usar a mesma para tudo e não salvá-las no telefone. O email para recuperá-las também não deve ser o mesmo cadastrado no aparelho, assim como não se deve deixar habilitado o envio de códigos de validação por SMS. Se você perder o celular, perde o acesso a tudo isso.

Parecem dicas simples, mas é comum nos darmos conta da importância delas apenas quando algo grave acontece. Buscar outras medidas de proteção de acordo com os serviços que utilizamos, tanto os bancários quanto os de telefonia, e procurar informações sobre novas modalidades de golpes devem ser hábitos profiláticos a serem incorporados na rotina. Quando grande parte do que nos importa está contido dentro de um pequeno aparelho, é necessário saber como protegê-lo e, por consequência, nos proteger. 

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Mariana Mandelli

Coordenadora de comunicação

Mariana Mandelli é coordenadora de comunicação do Instituto Palavra Aberta.

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