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5 acontecimentos de 2024 que reforçam a importância da educação midiática

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Autor Mariana Mandelli Coordenadora de comunicação Sobre o autor

Das bets às tragédias climáticas, debates importantes do ano têm em comum a dinâmica dos ambientes digitais

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A cada ano, a digitalização dos processos pelos quais nos relacionamos com o mundo tem alterado de modo profundo as formas com que produzimos e consumimos informação.

Em 2024 não foi diferente: a desinformação que dificulta o enfrentamento da crise climática, a proibição de celulares nas escolas e o avanço da inteligência artificial são alguns exemplos de como ações e políticas públicas de educação midiática se tornam, aceleradamente, imprescindíveis para todos os públicos. Abaixo, veja alguns acontecimentos deste ano que exemplificam e contextualizam esse cenário.

Desinformação climática
As enchentes no Rio Grande do Sul em maio podem ser consideradas um triste exemplo de como a desinformação e os golpes digitais são utilizados durante uma emergência ambiental, aumentando ainda mais a vulnerabilidade e o sofrimento das vítimas. Narrativas falsas e que negam o aquecimento do planeta também desestimulam a pressão da sociedade por medidas de enfrentamento ao problema.

Bets e cassinos online
A profusão de sites de apostas esportivas e cassinos online tomou o debate público por meses em 2024, colocando em xeque o potencial viciante dessas plataformas e o papel de influenciadores digitais e do governo federal na promoção e regulamentação, respectivamente, delas. Em novembro, o Senado instalou a chamada “CPI das Bets” justamente para investigar a atuação de empresas do ramo.

Influenciadores em crise
Por mais um ano, influenciadores digitais e criadores de conteúdo tiveram sua responsabilidade questionada pela audiência, pela imprensa e, em alguns casos, pelo poder público também. A divulgação patrocinada do chamado “Jogo do Tigrinho” e correlatos trouxe à tona uma discussão sobre manipulação e falsas promessas vendidas para seguidores que, ao se viciarem nessas plataformas, acabam por ter a vida financeira e a saúde mental deterioradas.

Avanços da IA
Neste ano, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) alterou a resolução que trata da propaganda eleitoral (n.º 23.610/2019), com o objetivo de proibir deep fakes e obrigar os partidos e candidatos a avisarem o eleitorado sobre o uso de inteligência artificial em seus materiais de campanha. A medida passou a valer para as eleições municipais de 2024, colocando na pauta pública os possíveis efeitos da IA sobre o processo democrático do País. Já em dezembro, o Senado Federal aprovou o projeto de lei que regulamenta esse tipo de tecnologia no Brasil — o texto agora segue para a Câmara dos Deputados.

Celulares em escolas
No segundo semestre, o debate sobre a proibição de celulares nas escolas brasileiras ganhou novos contornos, com redes públicas de ensino adotando medidas do tipo e com o governo federal, por meio do Ministério da Educação (MEC), discutindo um projeto de lei. No entanto, é preciso que a discussão avance no sentido de educar crianças, jovens e seus responsáveis para o uso seguro dos aparelhos mediante a idade adequada.

Todos esses temas trazem à tona a necessidade da educação midiática, por meio da qual podemos navegar com mais segurança, responsabilidade e criticidade pelos ambientes digitais que, cada vez mais, fazem parte de nossa vida.

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Mariana Mandelli

Coordenadora de comunicação

Mariana Mandelli é coordenadora de comunicação do Instituto Palavra Aberta.

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